quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Celular no metrô

Metrô da linha vermelha (Itaquera – Barra-Funda), 19 horas de quarta-feira:

Uma mulher loira de uns 45 anos pega o celular e atende de maneira tão discreta que as pessoas do último vagão poderiam escutar a conversa...

- Alô!!!!!!!

- Oi Romivaldo!!!! Então qui nem eu ti falei, si vié mi busca na Lapa eu vo durmi cum você... Caso contrário esquece!!!

- Ah Romivaldo aí não! Não vou aguentar andar isso tudo não!

- To sim Romivaldo, não conhece a sua gostosa não?

Nesse momento uma senhora de vestido até o pé, olha com reprovação e começa a rezar...

Um senhor meio tarado passa a encarar a Giscleine (Não sei o nome dela, mas poderia ser Giscleine, tinha cara de Giscleine).

Eu continuo escutando, afinal queria ver no que daria aquela conversa!

- Cê sabe Valdo, sou sua gostosa!

- Vem cá, se for pra durmi comigo, vê se coloca a cueca que te dei e toma banhu desta vez, viu?

- Ok, mas pelo menos me deixa perto de casa...

- Tá bom Valdo saudades!!! Beijão bem demorado!!!

- Hahahahahahahahaha (risada mista de mulher de vida fácil com bruxa do filme “Convenção das bruxas”, nossa como tinha medo da menina no quadro...)

- Ai Romivaldo assim me deixa sem graça...

- To na Marechal Deodoro! Isso mesmo, corre!

Nesse momento Giscleine termina a ligação, e passa a ligar nervosa para outro número...

- Ai amor, não vou chegar cedo hoje não viu? (com voz de santa)

- Isso, mas assim que chegar eu compenso o atraso! Hahahahahahahahahahahahaha ( A mesma risada medonha).

A velha do saião já balançava a cabeça mais nervosa, o tarado já sorria...

Enquanto um bêbado que estava no final do vagão, vem andando cambaleante na direção da Giscleine e grita pouco antes do metro parar na última estação:

- O que mais tem é corno neste mundo, é por isso que eu bebo!