terça-feira, 22 de setembro de 2009

Gripe abre caminhos no Brasil

No Brasil, estar gripado é ser um Dálit! Faça um teste: passe de máscara em um hospital e veja como você abre caminho entre as multidões. Ontem foi a minha vez. Voltei gripado de São Paulo e, como todo bom brasileiro, tentei utilizar o meu plano de saúde (no caso, ele é que precisa de um pronto-socorro). Meu belo cartãozinho da Itálica foi mais recusado do que nome sujo e tive que procurar o bom e velho SUS (bem que sistema poderia ser “cistema”).
Primeiramente passei no CREI (em Deus pai, de minha amada São Vicente, cidade onde me escondo à noite). No digníssimo hospital vicentino, fui informado de que médicos só a partir das 16 horas. Como ainda era meio-dia, resolvi seguir minha peregrinação e parti ao PS Central de Santos (leia-se da Baixada Santista). O susto foi enorme. Mais de mil pessoas se amontoando (só gente bonita e cheirosa), até que o homem da recepção me pergunta:
— O que você tem?
— Acho que é gripe.
Ele, então, com uma cara de nojo, pega uma máscara com a ponta dos dedos e passa pelo cantinho da cabine. Pronto, agora sou um Dálit. Andava e a multidão abria espaço, todos me olhavam e torciam o nariz. Eis que procuro um lugar para sentar, não encontro e, debaixo de minha febre de 39, começo a tossir. Pronto! O banco para o qual eu estava virado ficou vazio. Uma senhora de uns 60 anos parecia a Daiane dos Santos dando mortais. Finalmente fui atendido e, para completar o luxo dessa história, tomei uma injeção nas costas.

sábado, 21 de março de 2009

Sonho (*)

Teobaldo abre a caixa de correio e vê uma carta sem remetente. Pensaria em não abri-la por medo. Mas a frase "Todos merecem uma chance" tocou Teobaldo no fundo de seu coração e ele abriu o envelope, sentado no sofá.

Dentro dele uma carta anônima e um cheque de 20 mil reias:

"Para Teobaldo Rodrigues de Oliveira

Bom dia Teobaldo , meu nome agora não importa, importa apenas que resolvi te ajudar. Pesquisei teu nome no serviço de proteção ao crédito e pude perceber que o senhor deve a quantia equivalente a 12 mil reais.

Na parte de trás deste envelope está um cheque, em nome da fundação anônima "Quero te Ajudar", de 20 mil reais. Sei que não é muito e que servirá apenas para que quite seus débitos e possa investir em algo de seu desejo, mas creio que a quantia veio em boa hora e que ela poderá ser útil para que o senhor recomece a sua vida.

Talvez esteja curioso para saber quem fez esta carta ou o porquê doar este dinheiro sem querer nada em troca. Posso dizer apenas que sou uma pessoa que tem muito e que a quantia não me fará falta, mas servirá ao senhor como uma chance de recomeçar a vida sem dívidas.
Que Deus te abençoe e seja feliz!

De um amigo"

Teobaldo sentiu uma alegria imensa neste instante, amou em silêncio seu "Amigo" e desejou que Deus o retribua em dobro pela benevolência.

O jovem ajudante geral de 33 anos que já deixava o desespero tomar conta de sua vida por não ter como pagar suas dívidas recebeu sem menos esperar o equivalente a três anos e três meses de seu trabalho.

Uma pena que cenas como a descrita anteriormente não costumam ocorrer.

As pessoas que ganham dinheiro demais, pensam apenas em ganhar mais e acumular riquezas em torno de si, sem ter o que fazer com tanto, sem pensar em quem realmente precisa.

Assim como Teobaldo, temos ao menos uns 40 milhões de brasileiros endividados, entrando em desespero.

Também temos aqueles que não aguentam o desespero se revoltam contra o sistema e acabam cometendo loucuras.

Em tempos de crise, esse acúmulo de capital se torna ainda mais revoltante se analisarmos que de uma hora para outra pessoas perderam bilhões para outras que também possuem bilhões e aquelas que vivem das migalhas contunuam suando para sobreviver.

Vemos Bancos Centrais no mundo inteiro injetando cifras extraordinárias para salvar os pobres trilionários que viraram bilionários da noite para o dia. Mas não vemos uma sociedade anônima, capaz de doar 20 mil reais a pessoas para quem este dinheiro mudaria um vida.

Resta apenas esperar que isso um dia mude... Quem sabe amanhã não exitam cartas aparecendo na porta das pessoas que precisam...

(*) As vezes nos pegamos sonhando com um mundo melhor, pena que acordamos e nos deparamos com a realidade.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Briguinhas (*)

Mal acaba a pasmaceira do final do ano, com os pedidos hipócritas de paz e as brigas já tomam conta do nosso país de norte a sul no cenário político.

Como morador da Baixada Santista vejo de perto a épica e interminável discussão na “Pérola do Atlântico”, entre o fanfarrão ex-prefeito (que chamarei de “Bigode”) e a atual bonachona (a quem chamarei de “Lencinho” – já reparou o quanto ela enxuga o rosto?).

Bigode, o saudoso prefeito, da política a moda antiga (inspirada na máxima: “eu roubo mas faço”) deixou o que podemos chamar de uma “pequena” e “discreta” pendência financeira (algo em torno de R$ 1 bilhão) para o governo de Lencinho.

Já Lencinho, que ganhou a eleição com status de “salvadora da pátria”, viu logo de cara a encrenca que arrumou ao ganhar o pleito do ano passado... E assim começou a seguir outra máxima antiga da política nacional: “tudo que não fui eu que fiz não presta”.

Esta armado o ringue!

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Lencinho convoca coletivas de imprensa, com o intúito de achincalhar nosso simpático amigo, o "inocente” Bigode.

Enquanto Lencinho usa o discurso:
“Ele destruiu a Cidade e deve pagar por isso”.

Bigode responde com um:
“Ela tem que descer do palanque para fazer metade do que fiz”.

Lencinho reclama, demonstra mau-humor, diz que nada pode fazer para consertar o rombo.

Bigode sorri (fanfarronisticamente... ew cara feliz né?), diz que a prefeita tem que começar a trabalhar, pois o tempo está passando e nada está sendo feito.

Lencinho fecha hospitais, reclama de Bigode...

Bigode sorri fala que ela é incompetente...

Lencinho fala que Bigode tem chulé...

Bigode diz que lencinho tem frieira no dedão...

E por aí vai...

Tenho pena apenas do povo da Cidade vizinha, simpaticamente apelidada de Rio de Janeiro de São Paulo.

Esses moradores vivem entre o fogo cruzado das ofensas de nossos queridos amigos fanfarrões, sofrendo a cada dia as consequências.

(*) Lencinho e Bigode são apenas personagens, mas caso alguém tenha lido e se sentido ofendido querendo assim me perseguir, entre na fila, sua senha é a 7665434345.

Desabafo(*)

Lembra daquele desenho animado em que o personagem fala: “Não pode ficar pior”... Não tente fazer isso em casa, pois verá o quanto a ficção se aproxima da realidade...

Aqui estou eu de volta para rir um pouco de mim e fazê-los sorrir com isso, afinal essa é uma das funções dos cronistas.

Como podem ter visto fiquei cerca de uns quatro meses (não sei ao certo matemática é meu fraco, do contrário não seria jornalista ) sem escrever uma crônica se quer para o meu blog, posso dizer que estava (?!) passando pela crise dos 20 ("No Brasil não há crise companheiro"–
diria o Lula).

Na verdade foi mais uma crise com relação ao descrédito dado ao ser-humano (homo-sapiens-sapins aos cientistas... opa será que tem hífem?? seria então homossapienssapiens??Eita! De quebra a língua portuguesa ainda muda...).

Passo por um período um tanto quanto difícil nestes três primeiros meses do ano (será que ainda vai demorar para acabar 2009??).

Mas a esperança é a última que morre (a primeira é a estabilidade financeira, pouco depois vem a paciência).

No entanto, escrevo essas poucas linhas para simplesmente falar:

Voltei !!!!
Sim, sim... tentaram me derrubar!

Tentaram me destruir (chegaram perto)

Mas não,
sou brasileiro e ficar sem dinheiro é quase que um costume...

Não é assim que vou esmorecer...

Afinal continuo tendo uma família incrível,

Uma namorada fantástica!

Sendo lindo (e modesto é claro!!)

E como já diria o saudoso filósofo:
“Ferrado ferrado e meio... tanto faz”

Sendo assim volto a escrever, para a alegria dos meus três leitores, talvez quatro (meu irmãozinho está aprendendo a ler).

E dando uma de Zagalo:
“Vocês vão ter que engolir!!!”

(*) Desculpem o teor acima, mas foi apenas um desabafo contido de um ser nada contido que teve sua criatividade contida pela mania de negatividade da sua conta, gerada pelo não pagamento de metade do último salário de seu último emprego.