quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Para que diploma?(*)

Nossos amigos do Supremo deram uma grande idéia:
Vamos acabar com o diploma de jornalismo!

Afinal uma profissão que pode interferir diretamente na vida de uma (ou várias pessoas), que pode ser utilizada com ética (ou sem, afinal uma profissão não regulamentada não necessita de um código de ética), não necessita obviamente de diploma.

Mas deixo também uma sugestão (reforçando, sugestão. Pois de maneira alguma estou me considerando um jurista, pois não tenho o mesmo conhecimento técnico de qualquer um dos excelentíssimos senhores ministros do Supremo, que acredito, tomam suas decisões baseadas nestes conhecimentos, sem a menor interferência das elites brasileiras).

Eis a sugestão:
Por que não liberamos tudo de vez?
Afinal qual a importância de uma qualificação superior para o exercício de uma profissão?

Para alguns excelentíssimos senhores (reparou na elegância do termo), não há a menor necessidade de um diploma para o exercício da profissão de jornalismo. Não vou criticá-los, de maneira alguma.
Mas vamos liberar de vez:

- Também não é necessário ter diploma para fazer uma petição;
- Para fazer uma defesa no tribunal;
- Para erguer uma construção;
- Para fazer uma cirurgia;
- Dentre tantas outras coisas que exigem o maldito canudo...

Neste momento o jurista querido (digo doutor), me dirá:

- Mas isso envolve vidas...

E eu devolverei:

- Então quer dizer que o jornalismo não envolve?
- Quantas vidas podem estar na mão de pessoas desqualificadas devido a esta medida que vocês votarão?

Ele no alto de sua pose (afinal ele é doutor, sem ter sido mestre):

- Mas muitos dos profissionais formados em jornalismo agem sem ética.

Já cansado ponderarei:

- Pois bem "doutor", ou "ministro", em uma profissão que exige não só diploma, como também prova de ordem você encontra casos de falta de ética?

Caro amigo agora meu espírito anarquista começa a falar mais alto! Liberando o diploma de jornalismo abriremos o que os "doutores" chamam de "jurisprudência" (novamente repare na pompa da palavra, é chique né?), sendo assim poderemos liberar o diploma para advogados, para arquitetos, engenheiros, médicos, cirurgiões dentistas, entre outros tantos...

E se pensarmos eles estão com a razão... Para que estudar, no país da ignorância e dos interesses?

(*) Relato emocionado (indignado), de um mero estudante do terceiro ano de jornalismo.

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