Certa vez na Escola Municipal Duque de Caxias, em São Vicente, a professora de educação física Frida, formada na escola nazista de pedagogia Adolf Feliz, resolveu fazer uma doce competição de corrida, onde seriam eleitos pela ordem: o maior esportista e o mais inútil para o esporte de toda a classe.
Sim, nossa amável Frida usava delicados termos para tratar com os alunos de 11 e 12 anos.
Consciente de minha incrível aptidão atlética, comecei a pensar no que fazer depois desta maravilhosa competição.
Na aula anterior a professora explicou as regras, seriam três voltas completas na pista de atletismo do Quartel do Exército de São Vicente, meninos e meninas competiriam juntos. Seriam premiados com medalhas os cinco melhores de cada categoria, o último de cada uma delas seria eleito o pior esportista da classe, um incentivo para o crescimento pessoal, segundo ela.
Eis que chega o dia da competição. Eu estava devidamente paramentado, com o shorts de estrelas do Santos, camiseta branca e tênis all star (que para meu desespero escorregava naquela b... de pista).
Me posicionei entre os primeiros na largada, a amavel professora apita e começa o desespero, digo, corrida.
Os 20 primeiros metros foram de euforia. Pois estava em quinto... estava.
Eram 40 competidores, sendo 18 meninos e 22 meninas, ao término da primeira volta já aparecia na honrosa 25º posição.
O destaque foi a ultrapassagem da menina manca e gorda. Ela devia estar possuida, pois me ultrapassou e ainda fez vento.
A segunda volta foi uma tortura, o pelotão da frente (os 30 primeiros) me deram uma volta.
Consegui recuperar a posição da gordinha. Era agora 31º.
Foi então, que percebi, evitar a ultrapassagem da gordinha manca era questão de honra.
Esse virou meu objetivo e corri tudo que podia, alguns outros me passaram? Sim, mas a gordinha manca não.
Faltando cem metros o desespero começa a aumentar. A gordinha de maneira sádica olha em meus olhos e sorri para mostrar que ainda tem fôlego para um sprint final.
Não fiz por menos, corri meu máximo também. Na linha de chegada tomei um jogo de corpo da gordalhuda e perdi a posição...
Ainda hoje desconfio que aquela menina estava dopada. Mas tudo bem encerrei a corrida em 36º. E assim a delicada Frida me premiou com meu primeiro título esportivo, de pior atleta da classe.
Mas as proezas esportivas não terminam por aqui, bem isso fica para outras histórias...
Espaço livre para um jornalista em plena ebulição de pensamento escrever o que bem entende!
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Proezas esportivas II
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