quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Proezas esportivas II

Certa vez na Escola Municipal Duque de Caxias, em São Vicente, a professora de educação física Frida, formada na escola nazista de pedagogia Adolf Feliz, resolveu fazer uma doce competição de corrida, onde seriam eleitos pela ordem: o maior esportista e o mais inútil para o esporte de toda a classe.
Sim, nossa amável Frida usava delicados termos para tratar com os alunos de 11 e 12 anos.
Consciente de minha incrível aptidão atlética, comecei a pensar no que fazer depois desta maravilhosa competição.
Na aula anterior a professora explicou as regras, seriam três voltas completas na pista de atletismo do Quartel do Exército de São Vicente, meninos e meninas competiriam juntos. Seriam premiados com medalhas os cinco melhores de cada categoria, o último de cada uma delas seria eleito o pior esportista da classe, um incentivo para o crescimento pessoal, segundo ela.
Eis que chega o dia da competição. Eu estava devidamente paramentado, com o shorts de estrelas do Santos, camiseta branca e tênis all star (que para meu desespero escorregava naquela b... de pista).
Me posicionei entre os primeiros na largada, a amavel professora apita e começa o desespero,  digo, corrida.
Os 20 primeiros metros foram de euforia. Pois estava em quinto... estava.
Eram 40 competidores, sendo 18 meninos e 22 meninas, ao término da primeira volta já aparecia na honrosa 25º posição.
O destaque foi a ultrapassagem da menina manca e gorda. Ela devia estar possuida, pois me ultrapassou e ainda fez vento.
A segunda volta foi uma tortura, o pelotão da frente (os 30 primeiros) me deram uma volta.
Consegui recuperar a posição da gordinha.  Era agora 31º.
Foi então, que percebi, evitar a ultrapassagem da gordinha manca era questão de honra.
Esse virou meu objetivo e corri tudo que podia, alguns outros me passaram? Sim, mas a gordinha manca não.
Faltando cem metros o desespero começa a aumentar. A gordinha de maneira sádica olha em meus olhos e sorri para mostrar que ainda tem fôlego para um sprint final.
Não fiz por menos, corri meu máximo também. Na linha de chegada tomei um jogo de corpo da gordalhuda e perdi a posição...
Ainda hoje desconfio que aquela menina estava dopada. Mas tudo bem encerrei a corrida em 36º. E assim a delicada Frida me premiou com meu primeiro título esportivo, de pior atleta da classe.
Mas as proezas esportivas não terminam por aqui, bem isso fica para outras histórias...

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