Amigo leitor, não se assuste. O título não é um atestado de burrice deste que vos escreve (apesar de já merecer há tempos). É apenas um aperitivo para que você entre no clima da história que será narrada.
Alcebíades era um rapaz de 23 anos que estudava no E. E. Primo Ferreira, em Santos. Era o exemplo perfeito daquele comercial tonto de que o brasileiro não desiste nunca. E ele não desistiu. Pela terceira vez consecutiva, nosso herói cursava o terceiro ano do Ensino Médio. Sim, ele repetia e tentava novamente. Supletivo? Nem pensar! Ele estudava de manhã e trabalhava à tarde.
Justamente naquele ano, uma esperança se acendeu no coração de Alcebíades. Ele tinha sido aprovado em todas as matérias (menos uma). Faltava para ele a prova final de geografia. Mas sua missão não era das mais fáceis. Precisava tirar oito para ser aprovado. É nesta hora que entro na história (não é um ataque repentino de síndrome de ROBERT... eu fiz parte disso!).
Vendo o desespero de meu amigo, que quase chorava no dia de tão nervoso que estava, resolvi ajudá-lo.
- Alcebíades, senta do meu lado, no fundo da sala, que eu te dito todas as respostas.
- Cara, muito obrigado! Obrigado mesmo, estudei a noite inteira, mas tem umas coisas que não entram na minha cabeça.
Foi então que a professora começou a ditar a prova. Respondi a todas as questões rapidamente, e comecei a ditar as respostas para Alcebíades. Nosso amigo respondia rapidamente conforme eu ditava. Eram quatro questões. As três primeiras valiam dois pontos e a quarta valia quatro.
- Ivan, a quarta eu sei fazer.
- Você tem certeza? Se errar a quarta já era.
- Meu amigo, essa eu tiro de letra.
- Mas lembra de, no final da prova deixar um recadinho, que a professora fica com pena. Pede pra ela te ajudar mesmo. Falou, boa sorte!
Foi nesse momento que me deu um frio na espinha e fiquei mais apavorado do que ele. Mas não poderia impedi-lo. Sua confiança era tanta que senti o momento de deixá-lo trabalhar sozinho.
A seguir, segue um relato fiel da questão da prova. Não se assuste, nem ria. Esta é a resposta de um rapaz que passou ao terceiro ano do Ensino Médio no Brasil:
" Faça uma breve explanação a respeito do buraco na camada de ozônio, suas causas e efeitos. Fale também um pouco sobre a questão da Amazônia e seus problemas atuais.
A camada de Osono é cauzada pelos avioins que sobrevoa as nuvem do nosso paíz sem ter uma forma de impedir que o gás saia das turbinas impedindo que os ventos se tampem e impeção a pasagem da luz solar.
Também sei que a fumasa dos homem que fuma se junta a fumasa dos avioins com a fumasa da fabrica a fumasa dos caminhoins a fumasa dos carros a fumasa da maconha a fumasa das cozinha formando uma fumaseira queaumenta a camada de Osono. Os efeito da camada de osono são os canseris que invadem a pele das pessoas que não passam bronzeador.
Já a Amazonia sofre com os mals do trafego de drogas, que vêem dos paízes vizinhos, como o Paraguai e etc. as drogas são entaum vendida pelos índios aos imigrantes da América que levam ela para ser vendida em varias boca, inclusive perto do colégio.
Professora, lembro a senhora que estou me esforsando muito para passar este ano na escola, não sou de fazer zuera na sala e pesso encaressidamente a sua ajuda.
Obrigado, Alcebíades."
Por motivos claros, nosso querido herói provou que é brasileiro e tentou pela quarta vez a sorte no Ensino Médio. Não sei como, mas ele passou na quarta tentativa.
É... hoje ele ostenta um diploma de segundo grau completo.
Há quem diga que Alcebíades tem um sonho: ser um dia presidente do Brasil.
Só posso dizer a ele...Siga em frente meu amigo você está no caminho certo!
*Por mais que lhe pareça absurda, a história a seguir é real. Trata-se de um relato de um momento de minha vida em que pude conhecer a eficácia da educação brasileira. Por questões óbvias (não sei explicar, por isso digo que é obvio), o nome do herói da história está trocado.
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