Um dos meus personagens preferidos na literatura é o colombiano 'coronel Aureliano Buendia'. O personagem central do livro Cem anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques é ao mesmo tempo marcado por seu heroísmo de não desistir nunca de uma batalha, como também pelas suas derrotas em todas as 32 das quais participou.
Ao mesmo tempo que podemos afirmar que Buendia não desistia fácil de seus ideais, podemos também dizer que ele foi vencido pela febre incessante da vitória e que a busca constante pela glória, o fez naufragar numa vida sem sentido de batalhas em vão, que culminou com o seu esquecimento pelo povo.
É triste pensar desta forma, mas muitas vezes percebo que as pessoas são sugadas pela ânsia de vencer e esquecem de tudo o que as rodeiam.
Eu mesmo... Desde o início de minha vida (que não é muito longa), tento ser o melhor em algo:
o melhor filho, o melhor na escola, o melhor amigo de alguém, a pessoa que alguém mais ama, o melhor no futebol, no basquete, na sinuca...
No entanto, uma daquelas piadas prontas da vida, sempre tornou esta minha batalha em vão... Nunca fui o melhor em nada destas coisas que enumerei anteriormente... Convivo sim constantemente, com a síndrome da medalha de prata, do vice-campeonato.
Mas o pior disso tudo, é que só agora eu percebi, que a ânsia de vencer me fez perder tudo aquilo que realmente importava (curtir cada momento da vida, por pior ou melhor que ele possa parecer, pois eles não voltam).
Isso já deve estar com uma cara de auto ajuda melodramática! Portanto prometo ser breve em minha conclusão!
Só alcança a vitória aquele que não tem ela como objetivo principal. A voracidade da sociedade tem nos tornado cada vez mais auto-destrutivos e ao continuarmos neste ritmo, vamos conseguir nos destruir.
Até quando nossa vitória vale o sofrimento de outra pessoa?
Quando a vitória se torna algo tão imprecindível que toma o lugar da moralidade?
Até que ponto o prazer momentâneo (no entanto gigantesco) da vitória, vale mais do que a contentação gradual da contemplação?
O lado bom da vida é que a cada dia ela nos oferece uma escolha...
O lado ruim é que independente do que escolhermos conviveremos com a dor da não escolha!
O que nos cabe é escolher de acordo com o nosso objetivo!
* Sei, meus amigos leitores que este é um tema mais do que corriqueiro, mas é algo com o que convivo desde que me conheço por gente, seja pelas minhas conquistas, ou pelos momentos em que ela está tão distante...
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