terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dona Mazinha

Diante da terra seca, pés descalços caminham no chão de terra rachada.

A cidade possui um ar fresco em meio a quentura do Sertão.

Árvores desfolhadas, em praças desbotadas. Pessoas com sorrisos fáceis. A inocência gostosa de um povo simples, sofrido, mas feliz.

Por detrás do balcão o sorriso acanhado de uma pequena mulher. Seus mais de 60 anos são expressados pelas marcas fundas deste rosto de mulher madura.

O sorriso arranha a face e expressa de maneira sincera muita alegria por ter um forasteiro para conversar.

A conversa flui tranquilamente. Como é bom conhecer mundos diferentes. A mulher pergunta sobre a estrada, as histórias, o mundo externo.

Ela nunca saiu do Piauí. Dona Mazinha quer saber como é viver numa cidade rodeada de prédios e com tantos carros que chegam a entupir a rua.

Em meio a conversa, um caminhão pipa para na porta do barzinho de Dona Mazinha, um senhor de rosto vermelho e lençol por baixo do boné desce da boléia.

- Água??!!!

- Dois baldes moço!!

Dona Mazinha vai até ele e ajudo a levar a água para o balde maior no quintal dela.

- Água por aqui é só assim... de balde.
Volto para o balcão e como um pão de queijo enquanto tomo o gostoso café passado na hora.

Dona Mazinha ri das histórias que conto e conta causos do Sertão. Pouco tempo depois é hora de ir.

Me despeço e quando vou pagar a conta sou interrompido pela senhora já brava.

- Onde já se viu. Até parece que vou cobrar a conta de um amigo! Obrigado por ter vindo!

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